E.E Índia Vanuíre
Disciplina: Língua Portuguesa- Professora Elisângela Filletti
Ano/série: 2º C
Nº de aulas: 2
Data: 29/04/2020
Conteúdo/ tema: leitura de texto
Habilidade: Localizar informações explícitas em um texto; inferir informações implícitas em um texto.
Estratégia: leitura e análise de texto.
Leia o texto e responda à questão 01.
Por CARLOS WILLIAN LEITE
Em ENTREVISTAS
A ÚLTIMA ENTREVISTA DE VINÍCIUS DE MORAES
O poeta e compositor morreu alguns meses depois de ter concedido a entrevista ao jornalista Narceu de
Almeida Filho, em 1979
Quando o jornalista Narceu de Almeida Filho bateu este longo papo com Vinícius de Moraes, em sua casa,
bem situada numa tranquila rua da Gávea, no Rio de Janeiro, não poderia imaginar que, no momento da
edição da entrevista, o Poetinha já não existisse mais. Vinícius estava todo animado, layout novo, de cabelos
cortados, barba raspada, vestido elegantemente e sem o seu famoso boné que o acompanhou durante muitos
anos. Havia emagrecido vários quilos e abandonado temporariamente as excursões musicais para dedicar-se,
novamente, à poesia. Poeta do amor, Vinícius estava ainda em lua-de-mel com sua mulher, Gilda, a quem
conheceu na Europa, onde ela estudava. Entre pilhas de livros, discos, um violão, dois conjuntos de som e
objetos de arte, ele falava de seu objetivo maior no momento — “fazer feliz essa moça” — e olhava,
apaixonadamente, para a mulher sentada ao seu lado. A entrevista foi publicada no livro “As Entrevistas de
Ele Ela”, editora Bloch.
[...]
Você acha que a influência do jazz foi boa para a bossa-nova?
Acho que foi uma influência muito boa. No samba tradicional, os instrumentistas não improvisavam, em
geral as harmonias eram rígidas, as formações eram standard. Com a influência do jazz, abriu tudo isso, você
podia introduzir qualquer instrumento num conjunto de samba, os instrumentistas improvisavam, as
harmonias melhoraram muito e se enriqueceram, os instrumentistas tornaram-se excelentes e conheciam
profundamente seus instrumentos, como é o caso de Baden e Tom. A influência foi benéfica porque houve
uma descaracterização de nossa música. O samba estava sempre presente na bossa-nova. Além disso, a
bossa-nova trouxe mais alegria e bom humor à nossa música, que andava muito voltada para a tristeza, a dor
de corno, a fossa, naquela época do Antônio Maria. Com a bossa-nova a coisa ficou mais sadia, mais
otimista, os sentimentos eram mais de comunicação, mais legais.
[...]
LEITE, Carlos Willian. A última entrevista de Vinicius de Moraes. Entrevista, Revista Bula, 2015.
Disponível em: <http://www.revistabula.com/secoes/entrevistas/>. Acesso em: 31 de agosto de 2015.
(adaptado)
Questão 01
Segundo Vinicius, a influência do jazz na bossa nova foi benéfica para a música brasileira
A. trazendo a tristeza, a dor de corno, a fossa às composições musicais.
B. negando a versatilidade dos músicos e dos instrumentos musicais.
C. melhorando e enriquecendo as harmonias nas músicas brasileiras.
D. transformando todos os instrumentistas em profissionais despreparados.
Leia o texto e responda à questão 02.
SELFIE – Estreia brasileira.
Data: 8 de outubro, às 20 h, na Warner.
O que vem por aí: sabe aquela pessoa que se preocupa mais com o número de likes do Insta do que com a
vida real? Essa é Eliza Dooley, interpretada por Karen Gillan (Doctor Who e Guardiões da Galáxia). A série
mostra como Eliza se dá mal por esse vício em selfies e o que ela vai fazer para voltar a ser admirada fora
das redes. Certeza que você tem uma amiga Eliza no seu grupinho de BFFs! [...]
NOVAS SÉRIES, Novos Fandoms. Selfies. Revista Atrevida, nº 242. Outubro de 2014. p. 36. (adaptado)
Questão 2
A linguagem em uso no texto revela que a resenha é dirigida a um público formado por
(A) adultos interessados em filmes de TV.
(B) jovens usuários de aparelhos mp3.
(C) pessoas idosas viciadas em selfies.
(D) adolescentes do sexo feminino.
Leia o texto e responda à questão 03.
Disponível em: <http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/images/cartazes/Cartaz-VacinacaoG.jpg>. Acesso
em: 30 de novembro de 2015.
Questão 3
O cartaz da campanha de vacinação do Ministério da Saúde visa a atingir um público formado por
(A) laboratórios fabricantes de vacinas.
(B) crianças vítimas da paralisia infantil.
(C) médicos de postos de saúde brasileiros.
(D) pais de filhos com menos de cinco anos.
Leia o texto e responda à questão 4.
Traduzir-se
Ferreira Gullar
Uma parte de mim é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim é multidão:
outra parte estranheza e solidão.
Uma parte de mim pesa, pondera:
outra parte delira.
Uma parte de mim almoça e janta:
outra parte se espanta.
Uma parte de mim é permanente:
outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem:
outra parte, linguagem.
Traduzir-se uma parte na outra parte –
que é uma questão de vida ou morte –
será arte?
GULLAR, Ferreira. Traduzir-se. Disponível em: <http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/ferreira-gullar-
poemas/#.Vksf2lWrSM8>. Acesso em: 16 de novembro de 2015.
Questão 4
O poema “Traduzir-se” apresenta como tema
A. os hábitos cotidianos.
B. a dualidade humana.
C. os delírios do poeta.
D. a brevidade da vida.
Leia o texto e responda à questão 05.
Obsolescência
Suzana Herculano-Houzel
O Senhor ao meu lado, aguardando o avião começou a me contar como é prático usar o iPhone para saber
onde seus filhos estão, já que carregam sempre o aparelho consigo. “Mas melhor mesmo será quando
pudermos implantar um chip no cérebro. Além de saber onde todos estão, eu não precisarei mais carregar
esse telefone o tempo todo. Você que é neurocientista: não seria ótimo? Quanto tempo até podermos
implantar chips e melhorar o cérebro da gente?”.
Olhei o telefone que ele manipulava – um de dois aparelhos, com números diferentes: um pessoal, outro do
trabalho, o qual ele acabara de perder e achar. Perguntei-lhe de quanto em quanto tempo ele trocava os
aparelhos. “Todo ano”. Ele disse. A tecnologia rapidamente se torna obsoleta, sobretudo com as atualizações
do sistema operacional que exigem cada vez mais do hardware.
Pois é. Imagine investir alguns milhares de dólares para implantar um chip em seu cérebro – um
procedimento invasivo, sempre com risco de infecção – só para descobrir, em não mais que dois anos, que
ele já está obsoleto, gerações atrás do mais novo modelo, e que, aliás, nem consegue mais receber a mais
recente versão do sistema operacional? Só aqui em casa, o número de aparelhos celulares obsoletos já está
nas dezenas, esquecidos em gavetas.
Por outro lado, lembrei-lhe, o hardware que ele leva naturalmente na cabeça não fica obsoleto nunca –
porque é capaz de se atualizar e se modificar conforme o uso, aprendendo ao longo do caminho. Mesmo
quando envelhece, e não tem como ser trocado, ele se mantém atualizável e altamente customizado: é o seu
P, personalizado a cada instante da vida, ajustado e otimizado para aquelas funções que de fato lhe são
imprescindíveis.
HERCULANO-HOUOZEL, Suzana. Obsolescência. Folha de S. Paulo, Equilíbrio. São Paulo, 10 de
novembro de 2015. Cotidiano, B6. (adaptado)
Questão 5
Nesse artigo, a autora Suzana Herculano-Houzel mostra-se a favor da ideia da
(A) implantação de chips no cérebro.
(B) superioridade da mente humana.
(C) torcida pela evolução da ciência.
(D) importância de ter dois celulares.
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