quarta-feira, 25 de março de 2020

Profª Rosângela EAD -1 Arte 2ª Série D

Profª  Rosângela EAD -1 Arte 2ª Série D

Boa tarde queridos alunos. Estou com muitas saudades de vocês. Por isso vou mandar algumas atividades bem legais. Esse trabalho é sobre o movimento Tropicalista da Música Popular Brasileira. Leiam o texto e responda as questões abaixo. Se puderem imprimir e colar no portfólio de arte( o caderno de desenho) onde estão colados os demais textos já trabalhados em sala. Quando voltarmos avaliarei todo o portfólio. Procurem colocá-lo em ordem.


Tropicalismo
            

Qual seria a função de uma cultura? Afirmar as diferenças entre os povos? Projetar a história de uma civilização? Ou definir por conta de uma série de hábitos e costumes as características de uma nação? Essas são questões que ocupam o pensamento de artistas e intelectuais brasileiros durante várias décadas, principalmente, a partir do século XX. Dessa maneira, a resposta para esse tipo de questão acabou ganhando diferentes repercussões na literatura, no teatro e nas artes plásticas.

No meio musical, o interesse por uma cultura nacional ganhou força com o processo de popularização do samba que, graças a fatores diversos, conseguiu alcançar o posto de bem cultural legitimamente brasileiro. Na voz dos popularíssimos cantores de rádio e no exuberante espetáculo carnavalesco, esse gênero musical indicou o potencial criativo e original. Paralelamente, os ritmos regionais como o forró e a própria música caipira logo integraram esse mesmo conjunto de “estilos musicais típicos do Brasil”.

Entretanto, essa efervescência de sons originais logo seria elemento central de uma disputa levantada por diversos intelectuais e artistas ligados ao meio musical. Nas décadas de 1940 e 1950, a difusão do rádio e a difusão do disco acabaram abrindo portas para que os estilos musicais estrangeiros pudessem também atrair a atenção de diversos ouvidos brasileiros. Para alguns, esse era apenas o início de uma competição que ia além da simples preferência musical.

Alguns entusiastas e defensores da cultura brasileira entendiam que a popularização de determinados gêneros musicais estrangeiros afastaria a população brasileira dos ritmos criados pelos nossos artistas. Outros ainda defendiam que a entrada das músicas estrangeiras em nosso cenário cultural integrava uma estratégia de dominação imperialista onde as grandes nações desenvolvidas almejavam legitimar sua exploração econômica por meio da difusão de seus bens culturais.

Contudo, vários artistas não acreditavam que a apreciação de gêneros músicas estrangeiros não seria uma simples afronta à cultura nacional. Já nos finais da década de 1950, a bossa nova foi um primeiro resultado dessa perspectiva quando jovens artistas começaram a propor um diálogo entre as contribuições sonoras do samba e do cool jazz norte-americano. Quase uma década mais tarde, o movimento tropicalista defendeu um diálogo ainda mais profundo e amplo com os diferentes gêneros musicais.

Com uma atitude despojada e muita vontade de experimentar novos ritmos e sons, artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Rogério Duprat e o grupo Os Mutantes encabeçaram esse novo capítulo da música brasileira. Misturando elementos provenientes do rock’n’roll, dos gêneros regionais e das populares canções de rádio, esses artistas buscavam a criação de novidades estéticas capazes de oferecer uma nova perspectiva de arte, mundo, política e comportamento.

Mesmo sendo responsáveis por produções artistas que, até hoje, ganham o elogio de diversos críticos, a proposta e o som do movimento tropicalista não duraram muito tempo. O radicalismo estético de alguns artistas e o posterior enrijecimento da Ditadura Militar que tomava conta do país estabeleceu um duro golpe contra seus artistas. Muitos se viram obrigados a sair do país para que pudessem compor e, assim, dar continuidade à sua carreira.

Apesar disso, as contribuições do movimento tropicalista até hoje reverberam em nosso cenário musical. Vários artistas contemporâneos enxergam no tropicalismo um elogio à capacidade de combinar elementos distintos para a criação de um som original. Grupos como Nação Zumbi e Cordel do Fogo Encantado podem ser considerados como “herdeiros” dessa revolução defendida pelo tropicalismo.
Caetano Veloso: um dos principais artistas que integraram o movimento tropicalista



Lista de Exercícios

Questão 1
(ENEM – 2013) Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompida com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não deixou de cumprir seu papel de vanguarda na música popular brasileira. A partir da década de 70 do século passado, em lugar do produto musical de exportação de nível internacional prometido pelos baianos com a “retomada da linha evolutória”, instituiu-se nos meios de comunicação e na indústria do lazer uma nova era musical. (TINHORÃO, J.R. Pequena história da música popular: da modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art, 1986 [adaptado]).
A nova era musical mencionada no texto evidencia um gênero que incorporou a cultura de massa e se adequou à realidade brasileira. Esse gênero está representado pela obra cujo trecho da letra é:
a) A estrela d' alva/ no céu desponta/ E a lua tonta/ Com tamanho esplendor. (As pastorinhas, Noel Rosa e João de Barro).
b) Hoje/ Eu quero a rosa mais linda que houver/ Quero a primeira estrela que vier/ Para enfeitar a noite do meu bem. (A noite do meu bem, Dolores Duran).
c) No rancho fundo/ Bem pra lá do fim do mundo/ Onde a dor e a saudade/ Contam coisas da cidade. (No rancho fundo, Ary Barroso e Lamartine Babo).
d) Baby, Baby/ Não adianta chamar/ Quando alguém está perdido/ Procurando se encontrar. (Ovelha negra, Rita Lee.)
e) Pois há menos peixinhos a nadar no mar/ Do que beijinhos que eu darei/ Na sua boca. (Chega de Saudade, Tom Jobim e Vinícius de Moraes).

Questão 2
Entre as propostas estéticas do movimento tropicalista, ou Tropicália, pode-se destacar:
a) Uma forte rejeição à contracultura e ao uso de elementos do rock'n roll.
b) O uso de elementos exclusivos da cultura primitiva dos índios brasileiros.
c) O uso da linguagem pop, que pode ser atestada inclusive na capa do álbum Tropicália, ou Panis et Circensis.
d) Ruptura total com a tradição da música brasileira, como o samba e a bossa nova.
e) Ruptura total com o Concretismo, movimento artístico dos anos 1950.

 Questão 3
Leia as três estrofes abaixo e, em seguida, aponte a alternativa correta.
No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre
Muito pouco sangue
Mas seu coração
Balança um samba de tamborim

Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores
Ele põe os olhos grandes
Sobre mim

Viva Iracema ma, ma
Viva Ipanema ma, ma, ma, ma...
Os versos acima são da canção “Tropicália”, de Caetano Veloso. Partindo desses versos, é possível afirmar que:
a) Caetano Veloso não se preocupa em passar nenhuma mensagem com a música, apenas enumera palavras soltas, sem sentido algum.
b) Caetano Veloso faz uma crítica irônica ao bairro de Ipanema nos versos finais.
c) Apesar de levar o título de “Tropicália”, essa canção nada tem a ver com o movimento tropicalista.
d) A mistura de elementos aparentemente sem conexão dão o tom da proposta estética da Tropicália.
e) Um dos principais aspectos do movimento tropicalista era falar exclusivamente da cultura nacional.
Questão 4
O tropicalismo teve como uma de suas propostas a reinterpretação da cultura brasileira e latino-americana. A capacidade de misturar elementos de culturas estrangeiras aos nossos era uma das principais características que os representantes da Tropicália reivindicavam. Essa característica já havia sido apontada por outro movimento artístico intelectual brasileiro, que era:
a) A “antropofagia cultural”, de Oswald de Andrade
b) O verde-amarelismo, de Cassiano Ricardo
c) O indianismo, de José de Alencar
d) O Parnasianismo, de Olavo Bilac
e) O movimento integralista, de Plínio Salgado.



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